CENSO22

CENSO 2022: O pico das taxas de fecundidade se deslocou do grupo etário dos 20 a 24 anos para o de 25 a 29 anos; exceção foi o Norte, cujo pico da fecundidade permaneceu nos 20 a 24 anos

Destaques estão no Pará, Roraima e Acre

Por Politica Real com assessoria
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Vejo comparativo das regiões Foto: Image do site do IBGE

(Brasília-DF, 27/06/2025) Na manhã desta sexta-feira, 27 de junho, o divulgou os dados sobre Fecundidade investigados pelo Questionário da Amostra do Censo Demográfico 2022 que faz parte do Censo Demográfico 2022: Fecundidade e migração: Resultados preliminares

Os dados divulgados hoje confirmaram o que se esperava: as mulheres do país estão tendo menos filhos e adiando cada vez mais a maternidade. Também cresceu bastante a proporção de mulheres que chegaram ao final da vida reprodutiva sem terem sido mães. Essas tendências demográficas se repetem, com maior ou menor intensidade, em todas as unidades da federação, mostrando diferenças por cor ou raça, níveis de instrução e, também, por grupos religiosos.

Em 1960, a Taxa de Fecundidade Total (TFT) do país era de 6,28 filhos por mulher, chegando a 8,56 na região Norte e a 7,39 no Nordeste. Em 2022, a TFT caiu para 1,55 filho por mulher no país, sendo 1,89 na região Norte e 1,60 no Nordeste.

As informações foram divulgadaas em evento no Auditório do Instituto de Química (IQ) da Universidade de Brasília (UNB), campus universitário Darcy Ribeiro.

Fecundidade se desloca para faixa dos 25 aos 29 anos

Os dois últimos censos demográficos demonstram o envelhecimento da curva de fecundidade das mulheres do país. Em 2010, o pico da curva da distribuição relativa das taxas específicas de fecundidade estava no grupo etário de 20 a 24 anos, que tinha um peso de 26,5% na composição da TFT do ano. Em 2022, a maior concentração passou a ser verificada no grupo etário de 25 a 29 anos, com 24,4% do peso da fecundidade total do ano. Ao mesmo tempo, nota-se a redução nas proporções da fecundidade nos primeiros grupos etários e um aumento dessas proporções para os grupos a partir de 30 anos.

Em 2022, em três Grandes Regiões (Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste) o pico da distribuição das taxas específicas de fecundidade se deslocou do grupo etário dos 20 a 24 anos para o de 25 a 29 anos. A exceção foi o Norte, cujo pico da fecundidade permaneceu nos 20 a 24 anos e o Sul, cujo pico já estava localizado no grupo etário de 25 a 29 anos em 2010.

Distrito Federal tem a maior idade média de fecundidade: 29,3 anos

No Brasil, a idade média da fecundidade em 2000 era de 26,3 anos, passando para 26,8 anos em 2010 (aumento de 0,5 anos) e para 28,1 anos em 2022 (aumento de 1,3 anos). A idade média da fecundidade é um importante indicador que revela tendências no comportamento reprodutivo, indicando se as mulheres estão tendo filhos mais cedo ou mais tarde.

De 2010 a 2022, houve aumento desse indicador em todas as unidades da federação. A maior alta foi em Rondônia (7,4%) e a menor, no Acre (1,5%).

Em 2022, a idade média da fecundidade mais alta foi a do Distrito Federal (29,3 anos) e a mais baixa foi encontrada no Pará (26,8 anos).

Percentual de mulheres de 50 a 59 anos que não tiveram filhos chega a 16,1% em 2022

Os dados dos Censos Demográficos de 2000, 2010 e 2022 indicam crescimento no percentual de mulheres de 50 a 59 anos que não tiveram filhos nascidos vivos, ou seja, no grupo de mulheres que concluiu recentemente a passagem pelas idades do ciclo reprodutivo com maior ocorrência de nascimentos e cuja ausência de filhos tidos nascidos vivos tende a ser permanente.

No Brasil, o percentual de mulheres de 50 a 59 anos que não tiveram filho era de 10,0% em 2000, passando para 11,8% em 2010 e para 16,1% em 2022.

O aumento no percentual de mulheres sem filhos após seu período reprodutivo está associado à postergação da maternidade. Todas as Unidades da Federação apresentaram incremento nesse indicador, no período de 2010 e 2022. Em 2022, o Rio de Janeiro tinha o maior percentual de mulheres de 50 a 59 anos que não tiveram filho nascido vivo (21%). No outro extremo, estava Tocantins (11,8%).

Número médio de filhos de mulheres de 50 a 59 anos cai de 4,2 em 2000 para 2,2 em 2022

No Brasil o número médio de filhos tidos nascidos vivos por mulheres de 50 a 59 anos, ou seja, que já passaram por todo o período reprodutivo, em 2000 era de 4,2, passando para 3,0 em 2010 e para 2,2 em 2022, evidenciando a redução do nível da fecundidade. O número médio de filhos nascidos vivos por esse grupo de mulheres é um importante indicador de fecundidade acumulada, porque mostra quantos filhos as mulheres efetivamente tiveram ao longo de todo seu período reprodutivo.

De 2010 a 2022, as maiores reduções percentuais no número médio de filhos foram no Nordeste, destacando-se a Bahia, com redução de 36,8% no período. Já o Rio Grande do Sul teve redução de 18,4% no número médio de filhos tidos nascidos vivos, a menor entre as UFs.

Em 2022, as Unidades da Federação com maior número médio de filhos tidos nascidos vivos eram Amapá e Acre, ambos com 3,2 filhos por mulher. Amazonas, Roraima e Maranhão vinham a seguir (os três com 3,1). Já o Rio de Janeiro tinha o menor número médio de filhos (1,8), com São Paulo, Rio Grande do Sul e Distrito Federal a seguir (os três com 2,0).

As menores taxas de fecundidade são as das mulheres amarelas (1,22) e brancas (1,35)

Os principais grupos de cor ou raça, branca, parda e preta, representam quase que a totalidade das mulheres de 15 a 49 anos (99,0%) e das crianças nascidas nos últimos 12 meses (98,5%).

Os grupos de amarelos e indígenas são diminutos, frente aos demais grupos, sendo que os indígenas têm características sociais e culturais específicas que requerem análises pormenorizadas para entender os diferenciais de fecundidade.

A Taxa de Fecundidade Total (TFT) obtida pelo Censo 2022 para o Brasil foi de 1,55 filho por mulher. Todos os grupos de cor ou raça com exceção da categoria indígena (2,84) apresentaram TFT abaixo do chamado nível de reposição (2,1 filhos por mulher), que é a taxa necessária para manter a população numericamente estável ao longo do tempo, desconsiderando migrações. Em 2022, a menor TFT foi a das mulheres amarelas (1,22). A TFT das mulheres pardas foi 1,68, a das mulheres pretas foi 1,59 e a das mulheres brancas, 1,35.

( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)