Tarifaço de Donald Trump não terá o mesmo impacto na Zona Franca de Manaus como terá em São Paulo
ZFM exporta somente 1,5% de seu faturamento, sendo que deste percentual, menos de 10% têm como destino os Estados Unidos
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(Brasília-DF, 11/07/2025) Diferente de São Paulo, de onde saem 36% das exportações brasileiras para os Estados Unidos, um dos polos industriais mais importantes do país, a Zona Franca de Manaus (ZFM) não vai sofrer tanto com o anunciado tarifaço de 50% aplicado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para o Brasil. A tarifa deverá começa a valer em 1º de agosto.
Nessa quarta-feira, 10, técnicos do Governo do Amazonas, informaram através de assessoria, que as exportações do Polo Industrial de Manaus (PIM) para o mercado norte-americano não representam fatia expressiva do faturamento total do setor industrial.
Segundo a Secretaria de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), o aumento de tarifas não deve causar efeitos significativos sobre a Zona Franca de Manaus (ZFM). O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Serafim Corrêa, afirmou que os efeitos da taxação anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, são mínimos ao PIM.
“Claro que o aumento de tarifas nas exportações brasileiras para os Estados Unidos tem consequências para o país como um todo. Essa é uma questão que vem sendo tratada com a devida cautela pelo Governo Federal, com posturas firmes de uma nação independente e soberana. No entanto, quando falamos da Zona Franca de Manaus, o impacto é praticamente nulo. Neste momento, seguimos acompanhando os desdobramentos, mas reafirmo que, para a Zona Franca, o efeito é nulo”, destacou.
A ZFM, hoje em dia, exporta somente 1,5% de seu faturamento, sendo que deste percentual, menos de 10% têm como destino os Estados Unidos. Nesse sentido, apenas 0,15% do faturamento da Zona Franca de Manaus estaria sujeito às novas tarifas.
Em 2025, as exportações para o país são ainda menos expressivas. Com participação de 8,74% na compra de produtos produzidos na ZFM, os EUA ficam atrás de Alemanha, China, Argentina e Colômbia que lideram a lista de principais exportadores do Amazonas.
Ainda segundo a Sedecti, a maior parte da produção do PIM é destinada ao mercado interno brasileiro. Além disso, a balança comercial entre a ZFM e os EUA é amplamente favorável aos americanos, tendo em vista que o Amazonas importa do país quase 20 vezes mais do que exporta. Ou seja, uma possível disputa comercial tende a ser mais desfavorável ao país norte-americano.
Atentos
Técnicos do Governo do Amazonas, mesmo com o baixo impacto sobre o setor industrial, reforçam o compromisso de realizar monitoramento constante e, eventualmente, medidas de mitigação a possíveis impactos negativos que possam surgir posteriormente.
Segundo a Secretaria de Estado da Fazenda do Amazonas (Sefaz), a taxação pode causar a desvalorização do real frente ao dólar, o que pode encarecer insumos importados e aumentar custos de produção e impactar a competitividade das indústrias instaladas no estado.
( da redação com informações de assessorias. Edição: Política Real)