31 de julho de 2025
PODER

Brasil teve redução de 8,6 milhões de pessoas em situação de pobreza entre 2023 e 2024

Veja mais

Por Politica Real com assessoria
Publicado em
IBGE e a renda em 2024 Foto: IBGE

(Brasília-DF, 03/12/2025) O IBGE divulgou na manhã desta quarta-feira, 03, o seu Síntese de Indicadores Sociais de 2025 que revela que entre 2023 e 2024, considerando-se os parâmetros propostos pelo Banco Mundial, a população do país em situação de pobreza (com rendimento domiciliar per capita inferior a US$ 6,85 PPC por dia, ou R$ 694 por mês) recuou de 27,3% para 23,1%, uma redução de 8,6 milhões de pessoas.

Foi a terceira queda consecutiva deste indicador, que vem diminuindo, anualmente, desde 2022, após atingir seu percentual mais alto em 2021 (36,8%), na pandemia de Covid-19.

A proporção de pessoas na extrema pobreza (rendimento domiciliar per capita inferior a US$ 2,15 PPC por dia, ou R$ 218 por mês) recuou de 4,4% em 2023 para 3,5% em 2024, uma redução de 1,9 milhões de pessoas extremamente pobres. São dados do capítulo da Síntese dos Indicadores Sociais sobre Padrão de Vida e Distribuição de Rendimentos. Leia também as notícias sobre trabalho e educação.

Extrema pobreza seria quase três vezes maior sem programas sociais

Na hipótese de não existirem os benefícios de programas sociais, a extrema pobreza teria sido 6,5 pontos percentuais (p.p.) maior: de 3,5% para 10,0% de pessoas extremamente pobres na população do país. A ausência dos programas sociais governamentais também elevaria a proporção de pessoas pobres na população de 23,1% para 28,7%.

Em 2024, a manutenção dos valores pagos pelo programa Bolsa Família em patamar superior ao período pré-pandemia de COVID-19 colaborou para a continuidade da redução da pobreza e da extrema pobreza. Além dos programas sociais, o maior dinamismo do mercado de trabalho também contribuiu para essa tendência, especialmente na redução da pobreza, mais impactada pela renda do trabalho, já que os rendimentos dos extremamente pobres têm maior participação de benefícios de programas sociais.

Regionalmente, o Nordeste teve a maior redução anual na proporção de pobres em sua população (linha de US$ 6,85 por dia): de 47,2% em 2023 para 39,4% em 2024, uma queda de 7,8 pontos percentuais. A proporção de pobres na Região Sul foi a menor do país em 2024: 11,2%.

Pretos, pardos e mulheres têm as maiores proporções de pessoas na pobreza

Proporcionalmente, a pobreza atinge mais às mulheres (24,0%) do que aos homens (22,2%). As taxas de pobreza e extrema pobreza chegaram, respectivamente, a 4,5% e 30,4%, entre as mulheres pretas ou pardas, enquanto entre os homens brancos os percentuais foram de 2,2% e 14,7%.

As pessoas pretas e pardas, juntas, representavam 56,8% do total da população e 71,3% dos pobres do país. Entre as pessoas pretas, 25,8% eram pobres e, entre as pessoas pardas, 29,8% estavam nessa condição, enquanto a prevalência da pobreza entre as pessoas brancas era de 15,1%. Cerca de 3,9% das pessoas de cor ou raça preta e 4,5% das pardas eram extremamente pobres em 2024 (contra 2,2% entre brancos).

Metade dos aposentados e pensionistas idosos estariam na pobreza sem a previdência social

Entre as crianças e adolescentes de 0 a 14 anos de idade, 5,6% eram extremamente pobres e 39,7% eram pobres, proporções superiores às da população com 60 anos ou mais de idade:1,9% e 8,3%, respectivamente.

A menor taxa de pobreza entre a população idosa beneficiária da previdência social está relacionada, principalmente, ao recebimento de aposentadorias e pensões, cujos valores são periodicamente corrigidos pelo salário mínimo. Na hipótese da não existência desses benefícios previdenciários, a extrema pobreza (US$ 2,15) nesse grupo etário passaria de 1,9% para 35,2% e a pobreza (US$ 6,85) passaria de 8,3% para 52,2%.

( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)