Região Norte, segundo nova pesquisa IBGE, chama atenção por ter os percentuais mais baixos com esgotamento sanitário tanto em dentro como fora de favelas
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(Brasília-DF, 05/12/2025) Nesta sexta-feira, 05, o IBGE divulgou o Censo Demográfico 2022 “Características urbanísticas do entorno dos domicílios nas Favelas e Comunidades Urbanas”.
No país, 67,3% (8,5 milhões) das pessoas que viviam em trechos de vias pavimentados em favelas tinham esgotamento sanitário (por rede geral, rede pluvial ou fossa séptica ou fossa filtro ligada à rede). Essa proporção sobre para 83,3% fora de favelas.
A Região Norte apresentou os percentuais mais baixos de pessoas que viviam em domicílios com esgotamento sanitário (por rede geral, rede pluvial ou fossa séptica ou fossa filtro ligada à rede) em trechos de vias pavimentados tanto dentro (40,2%) quanto fora (43,6%) de favelas. Já o Sudeste teve os maiores percentuais de moradores em lares com essas duas infraestruturas, tanto dentro (82,8%), quanto fora (94,7%) desses territórios.
“O esgotamento sanitário e a pavimentação da via são dois elementos interdependentes no planejamento urbano. A pavimentação de uma via sem uma rede de esgoto adequada pode mascarar a falta de saneamento básico local e, por vezes, até piorar a situação do sistema de drenagem pluvial. Inversamente, a existência de rede de esgoto sem a pavimentação da via reduz a sua eficácia, uma vez que a pavimentação funciona como elemento de direcionamento das águas e serve como proteção física ao sistema de esgotamento sanitário”, avalia a chefe do Setor de Suporte a Favelas e Comunidades Urbanas do IBGE, Larissa Catala.
Menos da metade (45,4%) dos moradores de favelas viviam em trechos de vias com bueiro ou boca de lobo
Menos da metade (45,4%) dos moradores de favelas viviam em trechos de vias com bueiro ou boca de lobo, totalizando 7,3 milhões de pessoas, enquanto 54,6% (8,8 milhões) viviam em trechos sem a presença dessa infraestrutura. Já nas áreas fora de favelas, a proporção sobe para 61,8% de habitantes que viviam em trechos de vias com esse equipamento.
Ao considerar as 20 favelas e comunidades urbanas mais populosas, ressalta-se a Cidade Olímpica, em São Luís (MA), com apenas 16,3% de seus moradores em trechos de vias com bueiro ou boca de lobo, seguida por Coroadinho (17,0%), também em São Luís (MA), Rocinha (25,5%), no Rio de Janeiro (RJ) e Chafik/Macuco (27,9%), em Mauá (SP). Entre as favelas com o maior percentual de moradores residentes em vias com essa estrutura, destaque para Baixadas do Condor (90,2%) e Baixadas da Estrada Nova Jurunas (77,9%), localizadas em Belém (PA), e Zumbi dos Palmares/Nova Luz (77,3%), em Manaus (AM).
As regiões Centro-Oeste (27,9%) e Nordeste (34,9%) tiveram os menores percentuais de moradores de favelas em vias com a presença de bueiro ou boca de lobo, com 11 dos 13 estados com proporção inferior a 40%, sendo que os mais baixos foram observados no Mato Grosso do Sul (6,0%) e Piauí (13,5%). No Norte (51,4%), Amapá (12,6%) e Roraima (19,3%) tiveram os menores percentuais em favelas, com as maiores diferenças em relação aos moradores fora desses territórios (50,3% e 54,4%, respectivamente). Por outro lado, 8 das 27 unidades da federação possuíam mais de 50% de seus moradores de favelas em trechos de vias com a presença de bueiro ou boca de lobo, com destaque para Sergipe (62,5%), Santa Catarina (61,8%), Espírito Santo (59,2%) e Rio de Janeiro (58,9%).
Nas grandes concentrações urbanas, houve baixo percentual de moradores em vias com bueiro ou boca de lobo nas favelas de Campo Grande/MS (7,0%), Teresina/PI (13,4%), São Luís/MA (25,8%) e Brasília/DF (26,2%). Já a diferença entre o percentual de moradores em trechos de vias com bueiro ou boca de lobo dentro e fora desses territórios foi mais acentuada em Campo Grande/MS (7,0% contra 54,4%) e Porto Alegre/RS (44,1% contra 86,1%).
Em valores absolutos, cabe destacar que em São Paulo/SP havia 1,6 milhão de moradores de favelas em trechos de vias sem bueiro ou boca de lobo, seguido por Rio de Janeiro/RJ (694.764), Recife/PE (626.292) e Salvador/BA (607.608), o que indica a carência deste tipo de infraestrutura urbana nestes territórios, assim como a desigualdade em relação as demais áreas das cidades.
( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)